sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Cheiro da Idade!



     Eu às vezes fico pensando como deve ser interessante ser um cientista e viver numa nação em que a ciência é estimulada ao máximo. GRANDES nações fazem tanto grandes pesquisas em ciências naturais com aplicações diretas em contextos clínicos e empresariais, como também grandes pesquisas que simplesmente nos ajudam a conhecer como funcionamos. Deve ser maravilhoso você ir dormir todo dia sabendo que contribuiu, ainda que com uma pequena parte, para a melhor compreensão do ser humano.
     Quero compartilhar com você a genial pesquisa desse grupo da Monell Chemical Senses Center (Philadelphia - EUA), que publicaram ontem um artigo na revista PLoS ONE intitulado "The Smell of Age: Perception and Discrimination of Body Odorsof Different Ages" (O Cheiro da Idade: A Percepção e Discriminação dos Odores Corporais das Diferentes Idades). Como foi feita essa pesquisa? Primeiramente, os pesquisadores distribuíram camisas brancas iguais para 41 sujeitos (homens e mulheres) de 3 faixa etárias diferentes (jovens = 20 a 30 anos; meia idade = 45 a 55 anos; velhos = 75 = 95 anos). Essas pessoas deveriam usar estas camisas para dormir durante 5 noites consecutivas, e ao final desse processo devolveriam as camisas para os pesquisadores (sem serem lavadas). Estes pesquisadores então solicitaram que outras 41 pessoas cheirassem várias dessas camisas e informassem tanto a idade que eles acreditavam que quem havia usado ela tinha, quanto também deveriam avaliar o grau de agradabilidade do cheiro (ou seja, o quanto eles gostaram do cheiro).
   A pesquisa revelou duas coisas interessantíssimas. Primeiro, que houve uma correlação estatisticamente significativa entre a idade do usuário da camisa, e a idade avaliada pelo indivíduo que cheirou, ou seja, aparentemente nossa espécie consegue identificar pelo olfato a idade de alguém (nem sempre exata, mas aproximada). Aliás, quanto mais velha a pessoa, mais fácil era identifica a faixa etária dela com base no cheiro da roupa. A outra conclusão surpreendente é que, ao contrário da crença do senso comum, o cheiro dos indivíduos mais idosos foi considerado menos intenso e menos desagradável, que o das pessoas mais jovens.
     Isso nos faz pensar pelo menos uma coisa: quais outras pré-concepções que temos com relação a pessoas de idade, estão equivocadas?....

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